Quarta-Feira Criativa S02E08 (09/03/16)

Primeiramente, gostaria de agradecer a todos os participantes, que enriqueceram o projeto com seus microcontos. Para ver quão fantásticas foram as quartas-feiras anteriores dessa temporada, veja os links a seguir:

  1. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/01/13/enigma-da-quarta-feira-criativa-2a-temporada/
  2. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/01/27/quarta-feira-criativa-270116/
  3. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/02/03/quarta-feira-criativa-030216/
  4. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/02/10/quarta-feira-criativa-100216/
  5. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/02/17/quarta-feira-criativa-s02e05-170216/
  6. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/02/24/quarta-feira-criativa-s02e06-240216/
  7. https://lucaspalhao.wordpress.com/2016/03/02/quarta-feira-criativa-s02e07-020316

 

Para participar, veja a foto a seguir e deixe nos comentários um microconto de 500 a 1500 caracteres (contando os espaços) conectando as três imagens dos dados. Dê um título, assine com o nome que gostaria de ver na publicação e deixe um link de um blog ou página sua. Finalmente, indique se autoriza a republicação na coletânea que será lançada na Amazon no final da temporada.

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O índio deixou sua oca e sua tribo para trás. Arrumou um emprego na cidade só para satisfazer sua vontade de ter um celular. Dividia uma pequena casa alugada com mais dois inquilinos, mas queria uma sua. E aquelas máquinas com rodas? Também teria uma algum dia. Conseguir comida barata era fácil, embora não percebesse como estava engordando. Já não se parecia mais com aquele vistoso guerreiro que precisava apenas do que a floresta lhe oferecia. Era como um estrangeiro maravilhado com a cultura local.

Sentia falta, porém, da simplicidade das pessoas. Aqui, todos eram complicados. Estressados. Malvados, até. Não havia tribos. Ou melhor, havia muitas tribos, só que eram individuais. Pessoas se usando para atingirem seus objetivos egoístas e jogando-as fora em seguida. Tudo era descartável como a embalagem de isopor do hambúrguer que acabara de comer. Como a lata de coca-cola que jogava no lixo.

Depois de chegar, ensopado pela chuva fina, atrasado no trabalho, levou um belo sermão de seu chefe. Queria se livrar do peso daquela vida, mas sem trabalho não teria celular. Não compraria tudo o que queria. Olhando pela janela do escritório, viu um arco-íris. Então lembrou-se da liberdade de sua infância, quando podia procurar o final do arco-íris por horas. Teria coragem de voltar? Não… um modelo novo de celular havia saído e ele tinha que comprá-lo.

28 comentários sobre “Quarta-Feira Criativa S02E08 (09/03/16)

  1. A casinha do sítio

    A pequena casa no sítio dos avós sempre despertara sua atenção. Rubens, desde bem pequeno, em tempos de férias escolares, desejava viajar, já no dia seguinte, para junto daqueles que, para ele, eram suas melhores referências: seus avôs. Jamais, no entanto, recebera autorização dos dois para entrar na pequena casa que não ficava distante de onde estes moravam. Sem que houvesse explicação alguma, desconversavam cada vez que ele pedia para entrar ali.
    Agora, décadas depois, já sem os avós para acolhê-lo e sabendo de toda a verdade, era Rubens que não mais almejava adentrar ao local. Jamais deixara de ir ao sítio de onde guardava suas melhores lembranças de infância: as brincadeiras simples com o filho do caseiro do avô, os banhos tomados nas manhãs no rio de águas cristalinas que serpenteava o local e todo carinho recebido pelos pais de sua mãe que muito o amavam, ele não esqueceria jamais!
    Porém, daquela casinha pequena, já com o mato invadindo seu espaço, ele não procurava lembrar-se. Havia ficado sabendo da verdade quando, certo dia, após ter insistido muito com seu pai sobre o mistério da casinha, este lhe contou que, ali dentro da pequena casa, a primeira do avô; quando este ainda era bem moço, um homem invadiu o local e, sem motivo algum, o havia atingido com um balaço, o deixando paraplégico até os últimos dias de sua longa vida. Por isso, a razão de ele, que continuou vivendo sua vida alegremente, não permitir que as tristes recordações daquela casinha lhe causasse a lembrança de algo que raramente lhe vinha à mente, de que ele não era uma pessoa “normal”.

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    1. Caro Lucas Palhão, novamente parabéns pelo criativo projeto da Quarta-feira Criativa, Gosto mesmo de participar, porém, gostaria de solicitar de você para que não republique minhas participações na coletânea pela Amazon ao final da temporada.

      Agradeço sua compreensão.

      Erisvaldo

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      1. Olá, Erisvaldo,

        Obrigado pelos elogios e pela participação.
        Por favor, continue participando, pois seus microcontos são ótimos! 🙂

        Sem problemas.
        Não republicarei suas participações.

        Abraço,
        Lucas

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  2. Meu amigo Lucas Palhão, não esqueci do convite e nem estou me furtando dessa deliciosa brincadeira, mas creio que dessa segunda etapa seja bem provável ficar de fora. Além do acometimento que tive com o Zica virus me deixando meio perdido na parte cognitiva (já bem recuperada) ainda assim atarefadíssimo com afazeres profissionais e muito trabalho nos aconselhamentos que faço de coração aos jovens amigos que me procuram, tentando amenizar sofrimentos ou pelo menos quando não conseguimos mostrar caminhos, darmos alento e carinho. Mas ando aqui pelo espaço, leio e desfruto, aprendendo sempre para em futuro voltar e se Deus permitir, ser agraciado com a oportunidade de contribuir com o projeto. 🙂

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    1. Cláudio,

      Puxa, que infortúnio com a doença…
      Mas fico feliz por você estar se recuperando bem.

      Aguardo, ansioso, pelas suas participações!
      Assim que puder, por favor, compartilhe sua arte conosco novamente.

      Boa sorte em seus empreendimentos e espero que você retorne ao projeto em breve.

      Grande abraço,
      Lucas

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  3. Lucas, tudo bem… ainda não participei de nenhuma quarta-feira criativa, gostaria de participar, mas tenho uma dúvida: devemos publicar o microconto somente na quarta-feira ou pode ser na quinta, por exemplo?

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    1. Olá, Evelyn,

      Você pode publicar seu microconto a qualquer momento, até que eu lance a antologia depois da décima imagem da temporada.

      Isso significa que você ainda pode participar não apenas da imagem S02E08, mas de todas as outras da segunda temporada!

      Obrigado pelo interesse e fique à vontade. A casa é sua 🙂

      Abraço!

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  4. Boa noite Lucas! Espero que esteja bem. Segue o meu microconto desta semana. Ah propósito, meus parabéns pelo seu, ficou ótimo.

    Lembranças

    – Hei Ma, tive uma ideia.

    Estava de bruços em minha cama lendo um livro, quando L. proferiu essas palavras eufórico. Sentei-me e sorri como quem diz “sou toda ouvidos”.

    – Vamos construir uma cabana aqui. Nossa cabana. Tipo uma oca, uma casa, um espaço só nosso. O que me diz?

    Meu olhar iluminou-se. Larguei imediatamente o livro e corri até o quintal trazendo tudo o que acreditava ser útil. Quando voltei, ele já tinha pego lençóis e outros itens que iria precisar. Fui sua ajudante.

    Depois de algumas horas, encontrava-me maravilhada. Havia ficado incrível! Tal como um arco-íris após a tempestade…

    Lágrimas encheram meus olhos naquele momento. Lágrimas enchem meus olhos agora ao deparar-me com essas pequenas lembranças vindas bem lá do fundo de meu coração.

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  5. Peri – o brasileiro

    Peri arrumou emprego na cidade, saiu de sua tribo num dia chuvoso e votou no presidente. O presidente havia dado uma casa para Peri. Para cobrir suas custas, o presidente roubou o país. O empresário, ao ver seu prejuízo, chamou o diretor para satisfações. O diretor “xingou” o gerente. O gerente repreendeu o supervisor, que não trabalhou direito. O supervisor demitiu Peri, que não havia trabalhado o suficiente. O presidente deu ao índio uma bolsa-desemprego. Logo após uma tempestade, onde um arco-íris preenchia os céus, Peri votou no presidente. Peri ficou feliz. Não tinha o porquê dele reclamar, pois agora ele tinha a conta da cerveja para pagar…

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  6. O Gênio da lâmpada ######

    Luíz Inácio era um jovem que saiu do interior nordestino em busca de melhores condições de vida na cidade. Frustrado e sozinho em um dia de trabalho, ao vender chicletes atrás da rodoviária paulista, sentou-se perto de um monturo de lixo, debaixo de uma árvore para descansar as pernas, foi quando percebeu algo muito curioso no meio dos objetos excluídos. Levantou-se e apanhou-no. Era uma garrafa de vidro com um boneco dentro. Ficou alguns instantes imaginando que, igualmente nos contos infantis, poderia conter um gênio lhe concebesse alguns desejos. Como se o arco- íris do céu lhe inspirasse, sorriu esperançoso e decidiu retirar a tampa. Não custava nada tentar. De repente, não mais que de repende, viu uma nuvem de fumaça tomar aquele lugar e de dentro sair um gigante, lindo, loiro e de olhos verdes, um tipo americanizado. Este, se apresentou dizendo ser um gênio e que por ele ser brasileiro e ainda por cima negro e pobre, só poderia lho conceber um desejo. Luíz parou, indignado mas ainda feliz, e ficou pensativo. Como e de que modo resolveria essa questão? Queria dinheiro; queria saúde; queria justiça; passar no Enem; queria segurança e lazer; queria paz; queria uma casa confortável; queria um emprego decente. Eram tantos os desejos… Em um estalo, seu coração pulsou forte, viu uma luz de sabedoria divina brilhar em seu pensamento, e rapidamente, soube o que pedir. Sem demora, virou-se a ele e imponente disse:”Desejo que a Dilma renuncie!”. Mas antes que o gênio decretasse o pedido concebido, ambos ouviram o som de uma metraladora potente. . Era a vingadora chegando no “tra tra tra tra tra…” Luíz se abaixou e fingiu-se de morto, já estava acostumado, porém, testemunhou quando uma das balas acertou em cheio a cabeça do gênio americano.

    ########

    Abá Morena / https://abamorena.wordpress.com/

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  7. Lucas, como sempre, muito bom o seu conto. Não sei como consegue ser tão criativo. 🙂
    Espero que ainda dê tempo de enviar o meu:
    https://feitobailarina.wordpress.com/2016/03/16/quarta-feira-criativa-09032016/

    O Jardim

    Jóice D’Aviz

    Janaína não havia conhecido sua avó Glória que tinha morrido alguns anos antes de seu nascimento, mas ouvia falar muito dela. A avó dela era filha de uma índia com um francês. Era muito curioso saber que tinha descendência indígena!

    O pai contava a Janaína que Glória nunca tinha vivido em uma oca, nem convivido com a tribo de sua mãe, mas que herdou o amor pelos animais e pelas plantas, ela amava plantar, principalmente flores. Ele falava o quanto Glória era adorável e como ela teria amado conhecer a netinha. Isso causava muito dor no coraçãozinho de Janaína, pois ela queria muito ter conhecido a avó.

    O pai se entristece com o jeitinho dela e decide levar a família para conhecer a casa onde ele cresceu, para passarem um final de semana lá.

    Como chegam a noite, ele precisa levar lâmpadas e colchões, pois a casa está abandonada a muito tempo. A casa é tão grande , e como está vazia , chega a dar medo. A mãe dela organiza os colchões, enquanto o pai instala lâmpadas pela casa. Logo após vão dormir pois está muito tarde.

    No dia seguinte, de manhã, a mãe de Janaína pede para que ela abra as janelas da casa. E ela prontamente obedece. Como é uma casa antiga, as janelas são grandes e de madeira,fechadas por uma “tramela” também de madeira. Eis que quando ela abre a grande janela se depara com um enorme jardim, com diversas flores em cores que imitam um grande e lindo arco-íris. Janaína entende como uma mensagem de boas vindas da avó e seu coração se enche de alegria.

    P.s.: Autorizo para a republicação do meu microconto e o link é do meu blog. 🙂

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