Pirâmide, paraquedas, triste

Quarta-Feira Criativa (10/02/16)

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Pirâmide, paraquedas, triste
Quarta-Feira Criativa — 10/02/16

 

A população de Hex Knox lutava para sobreviver ao império de Hezt, que sugava tudo o que podia do povo para construir suas máquinas de guerra. Mais de dez anos já se haviam passado desde que havia usurpado o poder, mas várias tentativas de tirá-lo do trono haviam sido em vão. Principalmente devido à sua fortaleza, em formato de pirâmide, que a tornava impenetrável.

Assim, a resistência popular através da força diminuiu por um tempo, até que uma nova forma de atacar o império fosse descoberta. Finalmente, através de telescópios bem posicionados em montanhas, conseguiram avistar uma abertura no topo da fortaleza. Mas, apesar da euforia momentânea, não imaginavam quem seria louco o suficiente para entrar por lá.

Parch, um mercador que estava perdendo muito dinheiro com os tributos cada vez mais altos, percebeu que não conseguiria sustentar seus negócios por muito tempo. Resolveu, então, gastar suas últimas economias para adquirir um Zeppelin e tentaria, ele mesmo, invadir a sede do governo de Hezt.

Parando a aeronave alguns metros acima da pirâmide, pulou de paraquedas, descendo, precisamente, pela abertura. Entretanto, seu equipamento se enroscou na entrada. Assim, Parch se viu obrigado a cortar as cordas. Caiu vários metros, tentando se segurar em vãos das paredes, mas acabou quebrando as pernas ao atingir o chão. Guardas de Hezt o renderam e chamaram seu líder supremo. Era a primeira vez que alguém conseguia chegar ali dentro.

Quando viu Hezt chegar, Parch disse:

— Espero que tenha aproveitado.

Ao terminar sua frase, pontualmente, o timer da bomba que havia deixado no Zeppelin chegou a zero e o dirigível explodiu e caiu, em chamas, sobre a fortaleza. Grande parte da estrutura havia ficado abalada e, agora, não seria tão difícil que outros a invadissem, contanto que não esperassem demais.

18 comentários sobre “Quarta-Feira Criativa (10/02/16)

  1. Olá, Lucas. Segue abaixo meu microconto.
    Abraço.

    Prostituta

    Minhas horas são dinheiro. Dinheiro gasto em minutos; para consegui-lo de novo, preciso gastar-me por mais algumas horas. Eu sou um ser que geme. Na cama, no sofá, no chão, na pista e dentro de mim. De dor! Queria poder sair. Mas na escala da pirâmide social, isso é insignificante, eu estou lá em baixo. E, se sair, saio pra mais baixo ainda. Sou uma mulher triste que procura gemer de prazer enquanto disfarço o gemido de tristeza. Mesmo assim, prefiro ser estuprada com consentimento que ser escravizada e estuprada sem. Mulher pobre sem família e sem base, ou vira puta ou escrava do sistema. É assim que funciona. Algumas vão casar com alguém que as sustente. Outras vão trabalhar pra sobreviver por uma ninharia. Igualdade de gênero? Conversa fiada. Desigualou de vez! Depois de trabalhar o dia todo, chegar em casa e ainda ter que fazer de tudo. Enquanto o marido gasta o dele e o seu comigo. Ou um namorado espera pra ter de graça o que eu vendo caro. Ai delas se não derem fácil, ficam sozinhas! Outras casam enquanto eu é que dou. Frescas; deveriam me agradecer, já que detestam dar e estão muito cansadas pra isso. Se sonho casar? Eu caso por algumas horas com todos os que me sustentam. Caso e separo, caso e faço separar. Pouco me importa. Prefiro receber por ser penetrada que, sendo penetrada todos os dias, ter a paga da ingratidão. Sim, sou uma prostituta. Sim, vendo meu corpo. E você que me julga, já não vendeu a alma?

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  2. Oi Lucas! Segue o meu microconto desta semana. Antes tarde do que nunca né? 😛

    Era Uma Vez
    Eis aqui uma demasiada sonhadora. Contemplava a imensidão do céu azul, imaginando quão mágica a sensação de voar como um pequeno e frágil passarinho. Exploraria, pois, todo o universo. Observaria a pureza da natureza, o ar misterioso das pirâmides, a beleza dos templos e monumentos… E, claro, suas asas a levariam até ele. Iria abraçá-lo com toda sua ternura, como se fosse a primeira vez. Sorriu com certa tristeza, pois seria realmente a primeira vez.
    Quem é ela? Uma mulher, menina. Apaixonada pela vida; amante de adrenalina que sonha em pular de paraquedas; portadora de um coração capaz de abrigar o mundo todo!
    Quem é ele? Um homem de verdade com sentimentos e emoções; com humor e sagacidade; com força e sensibilidade. Um homem que toca-lhe constantemente o coração; não por ser perfeito, mas por ser, de fato, humano.
    Quem é ela? Ela sou eu!
    Quem é ele? Ele é o meu “era uma vez”.

    – Abraço e bom final de semana.

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  3. Cheguei. Atrasada mais cheguei. rs Espero que gostem:

    A mensagem secreta por Jóice D´Aviz

    Já fazia um mês que Samuel havia partido. Seu filho João, o único que teve, camuflava sua dor com antidepressivos e com o telefone fora do gancho para que ninguém se “metesse” em sua dor.

    Depois de trinta dias ele resolve que, embora não queira, é hora de seguir a sua história. Volta o telefone ao seu lugar e vai para o banheiro tomar um banho de dignidade. Eis que o telefone toca tão insistentemente que o obriga a interromper a ducha para ir atender.

    Era Amélia, a síndica do prédio, onde residia o seu pai, ela pedia que ele fosse até o apartamento e retirasse os pertences de Samuel.

    João retorna ao banho, faz a barba, veste uma das únicas roupas limpas que tinha em seu guarda roupa e vai para a casa do pai.

    Chegando lá, Amélia o recepciona na porta do apartamento.
    Ele entra ressabiado, como era estranho entrar ali sem ver o pai.
    A síndica oferece caixas, pois percebe que o rapaz não levou nenhuma. Ele aceita. E começa a triste missão de recolher o que do pai.
    Quando estava quase no fim, encontra atrás dos livros um estranho objeto que não lembrava de ter visto antes: Uma pirâmide.
    Samuel não era um homem que parecia esconder segredos, mas aquilo não poderia ter caído ali de paraquedas.
    João permaneceu ali, sentado, examinando minuciosamente cada detalhe daquele estranho objeto. E então descobre um pequeno botão que abre a parte superior da pirâmide. E lá dentro descobre um bilhete com uma mensagem criptografada: TFNQSF FTUBSFJ DPN WPDF*. Depois de decifrar,sorri.

    * Sempre estarei com você.

    P.s: Autorizo a publicação do meu microconto.

    P.s. P.s: Jogos Vorazes *-*

    Abraço, Lucas. Parabéns pelo seu microconto, ficou muito bom, como sempre.

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    1. Adorei o seu também, incluindo a Cifra de César que você usou para criptografar a mensagem, pulando para a letra seguinte 🙂

      Obrigado pela participação!
      Acabei de ler Jogos Vorazes e estou começando Em Chamas.
      Não imaginei que fosse tão bom!

      Abraço!

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  4. Opa, segue mais um. Vou ver se consigo correr aqui com os demais…

    ——————————————–
    A nova batalha – Rodrigo Feliciano

    A Albatroz, maior nave da esquadra terrestre, agora se encontrava partida ao meio, jogada num canto desconhecido da galáxia. Caiu vitima de uma armadilha dos Alphas, ao saltar em perseguição a duas naves batedoras. A luta não durou mais do que cinco minutos e a maioria dos seus mais de trinta mil tripulantes morreram no primeiro golpe. Outros não tiveram a mesma sorte e foram jogados ao frio do espaço ainda vivos. Os pilotos dos caças que não foram abatidos tentaram fugir para os planetas próximos, naquele sistema ainda não mapeado. Foram caçados um-a-um pelo enxame de Alphas.

    Um desses pilotos agora estava caindo em direção a um pequeno planeta verde. Sua nave não aguentou os danos de combate e só lhe restou ejetar e observar a destruição lá em cima. No horizonte de três sois via detritos, caças e corpos caindo incendiados. Não viu nenhum outro para-quedas e em seu peito crescia o medo de ser o único sobrevivente.

    Olhou pra baixo e viu enormes extensões de algo parecido com oceanos verde escuros. As porções de terra pareciam cobertas por uma vasta massa vegetal. Quanto mais descia, mais notava os detalhes, como enormes montanhas que se revelaram pirâmides de pedra. Assustavam pelo tamanho, mas não pela tecnologia. Nos últimos momentos da descida começou a notar aquelas grandes criaturas humanoides, correndo pelos degraus das pirâmides, apontando varas pontudas e gritando para ele. Seu destino agora dependia de sobreviver na superfície daquele planeta, numa nova batalha até um incerto resgaste.

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  5. Acho que não foi o anterior… Segue de novo…
    ———————————
    A nova batalha – Rodrigo Feliciano

    A Albatroz, maior nave da esquadra terrestre, agora se encontrava partida ao meio, jogada num canto desconhecido da galáxia. Caiu vitima de uma armadilha dos Alphas, ao saltar em perseguição a duas naves batedoras. A luta não durou mais do que cinco minutos e a maioria dos seus mais de trinta mil tripulantes morreram no primeiro golpe. Outros não tiveram a mesma sorte e foram jogados ao frio do espaço ainda vivos. Os pilotos dos caças que não foram abatidos tentaram fugir para os planetas próximos, naquele sistema ainda não mapeado. Foram caçados um-a-um pelo enxame de Alphas.

    Um desses pilotos agora estava caindo em direção a um pequeno planeta verde. Sua nave não aguentou os danos de combate e só lhe restou ejetar e observar a destruição lá em cima. No horizonte de três sois via detritos, caças e corpos caindo incendiados. Não viu nenhum outro para-quedas e em seu peito crescia o medo de ser o único sobrevivente.

    Olhou pra baixo e viu enormes extensões de algo parecido com oceanos verde escuro. As porções de terra pareciam cobertas por uma vasta massa vegetal. Quanto mais descia, mais notava os detalhes, como enormes montanhas que se revelaram pirâmides de pedra. Assustavam pelo tamanho, mas não pela tecnologia. Nos últimos momentos da descida começou a notar aquelas grandes criaturas humanoides, correndo pelos degraus das pirâmides, apontando varas pontudas e gritando para ele. Seu destino agora dependia de sobreviver na superfície daquele planeta, numa nova batalha até um incerto resgaste.

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