Genesis Brasilis

Após semanas de água por todos os lados, escassez de comida, doenças, motins e risco de piratas, avistaram terra. Os sobreviventes desembarcaram. Houve uma noite e uma manhã. Foi o primeiro dia.

Completaram o descarregamento das naus e, agora, planejavam como seria dali para frente. A vida no mar terminou, dando lugar à vida na terra. Buscaram comida, havia sol para todos e, principalmente, espaço à vontade. Foi o segundo dia.

Tirando os pés da areia, encontraram matas por todos os lados, frutas, ervas, enfim, vegetação como nunca haviam visto. Foi o terceiro dia.

As estrelas no céu haviam sido companheiras de viagem, mas não ficavam exatamente no mesmo lugar de costume. A lua continuava bela. Quarto dia.

Também já conheciam as criaturas marinhas e agradeciam pela abundância de peixes. Nos céus, as diferenças se destacavam: pássaros em cores e tons totalmente diferentes. Foi o quinto dia.

Às vezes, era preciso se defender dos animais, que acabavam somando à fartura. Criaturas fantásticas, entretanto. Alimento para as vistas e para o estômago. Quinto dia.

Eis que apareceram, então, os índios. Mesmo que ali não fosse a Índia, chamaram-nos assim. Eram diferentes. Na linguagem, vestimenta (praticamente inexistente), costumes. Claro, alguns tiveram que ser “neutralizados” para impor respeito. Aprenderam a conviver. Aliás, os nativos se tornaram bem prestativos. Era só usar o “incentivo” certo. Foi o sexto dia.

No sétimo dia, descansaram. Descobrir um mundo novo se provou bem cansativo, ainda mais após uma viagem difícil como a que enfrentaram. E era apenas o começo. O começo do fim.

#minicontopalhao

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