Quarta-Feira Criativa (03/02/16)

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Pegada, direções, dado
Quarta-Feira Criativa — 03/02/16

Cansado da vida que levava, saí sem direção, caminhando pelo mundo. Como eu me sentia atraído pela natureza, não demorou muito para que eu encontrasse um bosque para explorar. Sabía que se eu continuasse na mesma direção, acabaria chegando ao pé de uma montanha. Estranhamente, o terreno se tornou um leve declive. Continuei em frente, afastando-me dos problemas e das pessoas. Avistei a elevação por entre as árvores e, ao me aproximar um pouco mais, entendi porque o terreno descia: havia uma caverna ali embaixo. Antes de chegar a ela, sem a proteção das árvores, o sol batia em meu rosto, obrigando-me a semicerrar os olhos. O chão era de areia misturada com pedras e, mais à frente, eu tinha que pisar a água se quisesse entrar na caverna. Já havia afundado até as canelas e já era possível abrir os olhos, quando ouvi uma voz entoando uma suave melodia, que ecoava pelo lugar escuro.

— Quem está aí? – perguntei, ainda sem conseguir ver ninguém.

— Meu nome é Sorte. Venha, quero conhecer você.

“Que sorte conhecer alguém chamada Sorte” – pensei.

Continuei em frente, afudando a cintura, depois os ombros e, incapaz de parar meu avanço, também a cabeça.

32 comentários sobre “Quarta-Feira Criativa (03/02/16)

      1. They’re very different. The last one was kind of like slapstick comedy; but it was so funny, I didn’t mind. I’ll be watching again this week, to see what’s what! 🙂

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  1. Caminhos Incertos

    Ele continuava sem saber o “caminho certo à seguir na vida”; após tentar cursar duas faculdades, desistira antes mesmo de completar o primeiro semestre. Dizia que sua vida não era para ser vivida dentro de um hospital lotado, como todos os outros em nosso país, onde todos os médicos precisavam “ser super-heróis” em todos os plantões que tinham de assumir; muito menos, ficar em porta de delegacia para soltar delinquentes.
    Aquilo não era coisa para ele.

    – Agora eu acho que estou no caminho certo, querida. Dizia Edson a Helena.
    – Mas você disse isso nas outras duas vezes e, taí o resultado. Somente gastos, para nada. Nós agora temos uma filhinha, bem pequena. Exclamava ela.

    – Não, agora é para valer!
    – Eu espero que seja mesmo.

    Naquele mesmo ano, ele conseguiu se superar. Havia permanecido dois meses a mais no curso de odontologia e, como acontecera nos outros dois anteriores, iniciou com todo entusiasmo, mas, com o passar dos primeiros meses, novamente não aguentara a rotina e, mesmo com a insistência de Sônia para que não abandonasse, Edson voltou para casa. Ficaria cuidando da filha enquanto arrumasse algo melhor; outro rumo à tomar para a vida. Enquanto isso, ela continuaria mantendo toda a despesa da família com sua profissão de professora universitária.

    Uma certeza ele tinha, não iria desistir de encontrar a coisa certa à fazer. Enquanto isso, ela continuava imaginando se, algum dia, aquele homem deixaria de ser o mesmo garotão que conhecera, 10 anos antes, apaixonando-se a primeira vista.

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  2. A Sorte do Frio – Rodrigo Feliciano

    Iabar abriu os olhos devagar e viu o campo de batalha e os corpos amontoados cobertos pela
    neve. Mas uma coisa desviou sua atenção: uma pequena flor branca ainda não totalmente aberta, bem perto do seu pé. E um evento já esquecido veio a sua mente, de uma outra flor, em outra época.

    Naquele dia distante uma flor branca apareceu perto de sua casa, também num dia de muita neve. Iabar notou o rosto preocupado de sua mãe ao ver a flor. “A sorte do frio” disse ela. A
    pequena flor foi plantada em um vaso de barro e colocada numa das estacas da cerca da casa. “Só espero que aguente a noite” disse a mãe, pensando alto.

    Foi o pai de Iabar que contou as crianças, naquela noite, a história da Sorte do Frio. Uma flor branca, nascida nos campos nevados. Ela só existe por um dia no inverno, para alegrar o
    pequeno deus das flores, o garoto de cabelos brancos e de olhos amarelos. Os velhos da tribo
    de Iabar acreditam que se alguém encontra a flor antes do garoto e a protege até que ele a
    leve terá sorte na primavera e verão seguintes. Seus campos crescerão e produzirão mais que os demais e nem guerra, fome ou doença atingirá sua família e sua tribo.

    Ninguém jamais viu o garoto, diziam que era timido e que só recolhia a flor durante a
    madrugada. Naquela noite Iabar e sua irmã combinaram não dormir e esperar até ouvir algum
    ruído lá fora na cerca. Mas dormiram e só restou a eles correr até lá de manhã. Lá fora só
    encontraram o pequeno vaso de barro vazio e pequenas pegadas de pezinhos menores que os deles. Elas vinham pela neve, lá de cima das montanhas e paravam na cerca. Dali seguiam desordenadas, como se o dono das marcas estivesse dançando, em direção ao rio.

    Seria esta nova flor, nascida no campo de batalha, uma Sorte do Frio? Iabar olhava atentamente
    para ela, pensando na lenda do garoto de cabelos brancos. Será que ele poderia parar a guerra?
    Este pensamento alegrou seu coração por alguns momentos. Mas subitamente o sonho acabou, uma pesada bota cinzenta esmagou a pobre flor. Iabar sentiu um aperto no coração e seus olhos
    encheram de lágrimas enquanto o desgraçado esmagador da sorte estendia-lhe a mão.

    – Vamos Iabar, levante-se! Vencemos a batalha e até o fim da primavera venceremos a guerra!

    ————————————
    Lucas, segue mais um. Está acima dos 1500 caracteres, tentei cortar um pouco e ainda falta revisar umas coisinhas. Se e quando eu acertar, mando a nova versão.

    Autorizo colocar na antologia. E meu site é o Pakéquis mesmo (não tenho outro).

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  3. O Fim

    Caminhava absorto na beira do mar. Naquele horário a praia já estava praticamente deserta. Havia apenas alguns moleques jogando um jogo que ele desconhecia; usavam um dado e um tabuleiro onde havia um símbolo que ele também não soube definir. Estranho. Mais estranho ainda a atitude dos moleques que deram no pé quando notaram seu olhar curioso.

    Frustrado, decidiu dar um mergulho. Precisava esquecer do dia péssimo que havia tido. Do lar infernal que tinha que retornar. Foi indo… Cada vez mais fundo… Quando deu por si, as ondas estavam encobrindo-o. Não havia ninguém para lhe socorrer. No final das contas silenciou sua turbulenta mente para sempre.

    Mayara K. – Devaneadora de Ideias.

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  4. Decisões

    Jóice D´Aviz

    Enquanto escrevia em seu caderno tudo o que gostaria de conquistar nos próximos dez anos, Carolina sonhava com todas as conquistas que a “vida adulta” lhe traria: Com 18 anos um emprego, faculdade e um carro. Com 20 um namorado (e provável pai dos seus futuros filhos) com 25 uma casa grande e uma vida estável.
    Os anos passaram e conseguir um namorado foi muito mais fácil do que arrumar um emprego. E sem emprego ficava meio difícil conseguir as outras coisas. Mais uma vez a teoria agradava mais que a prática.
    Até que um dia, depois de desistir de procurar emprego eis que aparecem logo dois: um na cidade e outro em uma cidade vizinha, sendo que, a segunda opção, oferecia um salário muito superior a primeira.
    Ir para a cidade vizinha seria um grande passo profissional e uma enorme mudança na vida dela: casa nova, novas responsabilidades, hora de “caminhar com os próprios pés.”
    Por outro lado, havia Miguel, seu namorado desde os 16 anos. Ela já havia dito que não gostava de namoros a distância e pediu que ela escolhesse ele ou o emprego. Ela teria que decidir entre a razão e a emoção. Ficar na cidade ganhando menos, porém ao lado de seu amado ou escolher o outro emprego, sozinha, na cidade grande?
    Como em um jogo os dados seriam lançados e Carolina não poderia voltar atrás e jogá-los novamente.
    As horas foram passando, Miguel e ela tinham combinado de ir à uma sorveteria, para contar qual foi a sua decisão.
    E ela chorando e com um enorme nó na garganta decidiu… ir.

    *Autorizo a publicação do meu texto. O link é o do meu blog.

    Beijo e muito obrigada pela oportunidade de participar. 🙂

    https://feitobailarina.wordpress.com/2016/02/05/quarta-feira-criativa-030216/

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  5. Lucas, boa noite.
    Estou atrasadíssima. Ainda não tive oportunidade de participar em nenhuma das iniciativas. O trabalho tem-me totalmente absorvida, e não sobra tempo, nem criatividade. Preciso de ter a cabeça limpa, pois divirto-me nestas participações. Obrigada mais uma vez pela oportunidade,
    Um abraço,
    Mia

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    1. Boa noite, Mia.

      Não se preocupe.
      Ainda há, pelo menos, cinco semanas para que você participe, mesmo que das imagens anteriores.

      Aguardo sua participação e desejo que lhe sobre tempo em breve 🙂
      Abraço,
      Lucas

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